quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Tétano

O tétano é uma doença infecciosa, altamente fatal, causada por uma neurotoxina específica, que se forma no tecido infectado por Clostridium tetani.
Caracteriza-se por rigidez muscular e morte por parada respiratória ou convulsões
C. tetani é uma bactéria anaeróbia, Gram positiva, formadora de esporo, encontrada no solo e trato intestinal.
Os esporos são resistentes a muitos tipos de desinfecção e capazes de permanecer no solo por muitos anos.
Na maioria dos casos a bactéria é introduzida nos tecidos através de ferimentos, porém os esporos são incapazes de crescer em tecido normal ou, até mesmo, em ferimentos.
Somente quando prevalecerem condições de anaerobiose, vai ocorrer a proliferação e a produção de neurotoxinas.
Isso pode ocorrer imediatamente após a introdução, se o traumatismo for suficientemente grave, ou pode demorar alguns meses, até que um traumatismo subseqüente no local provoque lesão tissular, podendo a lesão original estar completamente cicatrizada nessa ocasião.
A bactéria produz pelo menos três proteínas tóxicas, que são:
Tetanolisina;
Tetanospasmina;
Toxina não-espasmogênica.
O tétano tem distribuição mundial, sendo mais comum em áreas de cultivo intensivo.
A doença ocorre, em geral, de forma esporádica, apesar de surtos poderem ocorrer ocasionalmente em bovinos, suínos e cordeiros.
Todas as espécies são sensíveis, mas ocorre variação de suscetibilidade, sendo os eqüinos os mais suscetíveis e os bovinos os menos sensíveis.
Quando ocorrem surtos de tétano em bovinos é possível que a toxina seja produzida no intestino ou ingerida pré-formada no alimento.
A ingestão de alimentos fibrosos, grosseiros, antes da ocorrência da doença sugere que a porta de entrada da infecção possa ocorrer por feridas na boca.
Durante surtos de tétano o C. tetani pode ser isolado das fezes de grande percentagem de bovinos, indicando que, em alguns casos, a doença pode ser causada por auto-infecção, a partir da proliferação da bactéria no trato gastrintestinal.
C. tetani está comumente presente nas fezes dos animais, em particular dos eqüinos, e no solo contaminado por estas fezes.
Os esporos podem permanecer latentes nos tecidos por algum tempo e produzir doença clínica apenas quando condições tissulares favorecem sua proliferação. Por esta razão, pode ser difícil determinar a porta de entrada no momento do diagnóstico clínico.
Feridas penetrantes dos cascos, são portas de entrada comuns em eqüinos.
A penetração pelas vias genitais durante o parto, é a porta de entrada mais comum em bovinos.
Uma alta incidência de tétano ocorre em suínos jovens, após a castração, e em ovinos após castração, tosa, amputação da cauda e vacinação.
A amputação da cauda, por intermédio de utilização de faixas compressivas é considerada particularmente perigosa.
A letalidade em ruminantes jovens é superior a 80%, mas a taxa de recuperação em bovinos adultos é alta.
Em eqüinos a letalidade varia muito entre áreas, sendo que em algumas, quase todos os animais morrem de forma aguda, enquanto que em outras, a taxa de letalidade situa-se quase sempre ao redor de 50%.
Os principais sinais clínicos caracterizam-se por andar com os membros rígidos, tremores musculares, trismo mandibular, prolapso da terceira pálpebra, rigidez da cauda, orelhas eretas, hiperexcitabilidade, tetania dos músculos masseteres, constipação e a retenção urinária são comuns, provavelmente, pela incapacidade de assumir a posição normal para urinar.
Podem ocorrer convulsões, inicialmente quando há estímulo pelo som ou toque e, posteriormente, de forma espontânea.
A resposta ao tratamento em eqüinos e ovinos é pequena, mas os bovinos freqüentemente se recuperam.
Os princípios mais importantes no tratamento do tétano são:
eliminar a bactéria causadora;
neutralizar toxinas residuais;
relaxar a tetania muscular para evitar a asfixia;
manter o relaxamento até que a toxina seja eliminada ou destruída.
Na drenagem e limpeza do ferimento para eliminar o microorganismo aconselha-se que antes do debridamento cirúrgico, seja administrado ao redor da ferida 3.000-9.000 UI de antitoxina tetânica.
Em caso de dúvidas procure seu veterinário!

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