quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Saúde animal: Ancylostoma spp.

Dentre os ancilostomíneos mais comuns em cães está Ancylostoma caninum e em gatos Ancylostoma tubaeforme. A transmissão destes parasitos ocorre pela contaminação do ambiente por ovos larvados eliminados pelas fezes, os quais podem ser ingeridos ou penetrar ativamente (larva) pela pele dos animais. Esta parasitose é considerada grave e de prognóstico reservado para filhotes com alta carga parasitária, podendo causar diarréia, anemia e desnutrição. A invasão da pele de cães e gatos pelas larvas do parasito pode provocar dermatite de curta duração. A penetração da larva pela pele ocorre também em seres humanos, os quais podem adquirir a forma cutânea da doença conhecida como larva migrans cutânea - vulgarmente, "bicho geográfico" -. A larva do parasito, ao penetrar na pele, produz uma pápula pruriginosa no local de entrada. Nos dias seguintes, a larva migra através da pele produzindo túneis sinuosos característicos, podendo haver o avanço da larva sob a pele entre vários milímetros a vários centímetros por dia. Ao longo dos túneis formam-se vesículas sobre a pele e, em resposta à reação tissular ao parasito, ocorre forte prurido cutâneo. São freqüentes ainda infecções bacterianas secundárias, sendo mais comuns lesões nas partes do corpo expostas ao solo contaminado como: pés, pernas e mãos. As larvas podem permanecer vivas e mover-se na pele por várias semanas ou meses. A fonte de infecção é o solo contaminado com ovos do parasito eliminados junto as fezes de cães e gatos. As crianças são consideradas mais susceptíveis à contaminação devido ao seu hábito de brincar em tanques e parques com areia, e ainda, por ingerir terra (geofagia), acidental ou propositalmente. As condições ambientais ideais para a sobrevivência e desenvolvimento das larvas são aquelas que aliam altas temperaturas e umidade características do verão. Como medida de controle, a população, principalmente os proprietários ou responsáveis por animais de estimação, devem ser elucidados sobre o mecanismo de transmissão da doença e sua gravidade. Outro ponto fundamental é evitar a contaminação do solo por fezes de cães e gatos, - restringindo o acesso destes animais à praia, por exemplo.
Outra medida importante inclui o tratamento helmíntico periódico de cães e gatos, diminuindo o nível de contaminação do solo. Neste contexto, o papel dos Médicos Veterinários, informando aos proprietários sobre a importância da correta vermifugação de cães e gatos, é fundamental. Devemos ressaltar que o controle de parasitos intestinais em animais de estimação é uma questão de saúde pública e de saúde da família como um todo.
Informe-se com o seu veterinário.

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