quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Intoxicação por Xanthium cavanillesii - Carrapicho

Conhecida popularmente por carrapicho, causa intoxicação em bovinos no Rio Grande do Sul e em suínos em Santa Catarina; mas pode ocorrer, também, em ovinos, eqüinos e aves.
A doença ocorre, principalmente, pela ingestão de plântulas ou brotações na fase de cotilédones, que são palatáveis aos animais domésticos.
A intoxicação ocorre em áreas com pouca disponibilidade de forragem, que estiveram cobertas por água, criando as condições para germinação e brotação das sementes.
Somente os cotilédones das plantas são tóxicos; após o aparecimento das primeiras folhas verdadeiras, a toxicidade diminui rapidamente.
As sementes são também tóxicas, mas raramente causam intoxicação por estarem no interior dos carrapichos, que normalmente não são ingeridos, a não ser que sejam triturados e misturados na ração ou em fenos contaminados com carrapichos.
No Rio Grande do Sul a intoxicação tem ocorrido em bovinos, na primavera, em potreiros de solos arenosos, situados em áreas baixas e alagadiç as nas margens de rios.
A doença tem sido observada, também, em animais confinados alimentados com resíduo de soja contaminado por frutos de Xanthium sp..
A evolução da doença é aguda, com curso clínico de 12 a 72 horas.
Os sinais clínicos se caracterizam por agressividade, anorexia, paresia do trem posterior, incoordenação, tremores musculares, atonia ruminal, dor abdominal, fezes ressequidas com muco e estrias de sangue, dificuldade para defecar e gemidos.
O animal pode permanecer alguns minutos com a cabeça encostada contra objetos ou na cerca, ou movimentos laterais da cabeça não cons eguindo se alimentar nem beber água; quando em decúbito esternal, os bovinos apresentam cólicas, gemidos, batem com a cabeça no chão, com movimentos de pedalagem e salivação.
Na patologia clínica há elevação dos níveis séricos de aspartato aminotransferase (AST).
Princípio ativo e toxidez: O princípio ativo de Xanthium é um glicosídeo triterpenóide carboxiatractilosídeo (CAT) que atua inibindo o transporte de ADP e ATP através da membrana da mitocôndria.
Ocorre redução na respiração celular, nas reservas de ATP, na glicólise, na síntese de aminoácidos e na concentração de glicose no sangue. O princípio ativo se distribui principalmente nos cotilédones. As sementes contém, também, a substância tóxica.
O diagnóstico dessas intoxicações realiza-se com a presença da planta, sinais clínicos, lesões macroscópicas, e alterações histológicas do fígado.
O diagnóstico diferencial deve ser realizado com:
doenças que afetam o sistema nervoso central, incluindo raiva;
intoxicação por larvas de Perreyia flavipes.
É importante verificar a ocorrência de brotações ou cotilédones de Xanthium no potreiro; assim como a presença de frutos da planta em animais alimentados com fenos, rações ou subprodutos de cereais.
Controle e profilaxia: A profilaxia dessas intoxicações deve ser realizada, geralmente, mediante eliminação da planta ou evitando o pastoreio em áreas que contenham essas plantas.
Não introduzir animais em áreas onde ocorre brotação de Xanthium, principalmente, na primavera, após chuva e em locais que estiveram alagados, assim como não administrar rações ou fenos que estejam contaminados com carrapichos.
Fonte: DRE – Franklin Riet Correa.

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