quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Actinobacilose

A actinobacilose dos bovinos é uma doença infecciosa, crônica e granulomatosa, que afeta os tecidos moles, causando piogranulomas com presença de drusas no seu interior.
O agente etiológico é o Actinobacillus lingnieresii, um comensal do trato digestivo dos bovinos, o qual é susceptível às influências do meio ambiente, não sobrevivendo por mais de 5 dias no feno ou palha.
A infecção ocorre por soluções de continuidade presentes na mucosa oral, as quais podem ser causadas por alimentos fibrosos ou grosseiros.
A doença pode cursar com três formas clínicas que são: forma que afeta os linfonodos, forma lingual, forma pulmonar.
Estas lesões permitem que a bactéria se instale no local, e atinja os linfonodos regionais ou outros órgãos, por via linfática ou hemática.
A partir da penetração da bactéria nas camadas mais profundas do epitélio, ocorre infecção local e o desenvolvimento de reação inflamatória aguda, que evolui para a formação de lesões crônicas, do tipo granulomatoso com necrose e supuração, produzindo descarga purulenta para o meio exterior. A infecção pode ocorrer, também, pela via aerógena, ocasionando a forma pulmonar da doença.
São afetados principalmente bovinos e, com menor freqüência, ovinos, suínos e eqüinos.
No Brasil a doença só tem sido diagnosticada em bovinos. Nessa espécie as lesões localizam-se principalmente na língua e linfonodos da cabeça e pescoço; podendo ser afetados animais de qualquer idade e raça.
A doença ocorre geralmente de forma esporádica, observando-se casos isolados mas, dependendo das condições epidemiológicas, podem ocorrer surtos da enfermidade.
Surtos com morbidade de 1%-90% e afetando principalmente os linfonodos retrofaríngeos, parotídeos e submandibulares, são descritos em terneiros ou novilhos, pastejando em restevas de arroz ou soja.
O quadro clínico clássico da doença, é a forma lingual, caracterizada por uma glossite difusa esclerosante denominada "língua de pau".
Nesta forma, inicialmente o animal apresenta salivação intensa, movimentos mastigatórios e para de se alimentar por um período de aproximadamente 48 horas.
A língua torna-se hipertrofiada, dura, e dolorosa à manipulação. Podem ser encontradas, também, lesões nos lábios, palato, faringe, fossas nasais e face, as quais, quando difusas, causam um quadro clínico denominado "cara de hipopótamo".
Nesses dois quadros clínicos ocorre comprometimento dos linfonodos regionais.
A forma que acomete os linfonodos, é a mais freqüentemente observada nos surtos. Manifesta como uma linfadenite, na qual, geralmente, são afetados os linfonodos da região da cabeça e pescoço, principalmente os retrofaríngeos, parotídeos e submandibulares.
Os linfonodos estão aumentados de volume, duros, indolores e frios, podendo apresentar edema periférico e subcutâneo. Às vezes, apresentam-se abscedados e fistulados secretando pus.
É importante que os animais doentes sejam isolados, evitando que as secreções de suas lesões contaminem a pastagem e/ou alimentos.
Deve evitar-se a alimentação com forragem grosseira que possa causar traumatismos na cavidade oral.
Informe-se com seu veterinário!
Fonte: DRE – Riet Correa

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